GESTÃO ESCOLAR
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terça-feira, 20 de agosto de 2019
sábado, 2 de fevereiro de 2019
quinta-feira, 27 de junho de 2013
DEPOIMENTO
Josué
Geraldo Botura do Carmo[1]
junho/2013
O
objetivo desse depoimento é o de alertar a todos para uma questão que merece a
atenção no intuito de se iniciar uma observação sistemática de casos, através
de uma pesquisa pedagógica. Serão relatados aqui dois casos presenciados em uma
mesma escola, que podem nos levar a questionamentos. E a pergunta que fica é a
seguinte: os estudantes têm dificuldade de leitura na vida real ou somente na
escola? Vamos aos relatos.
No ano
de 2011, desenvolveu-se em uma escola pública no bairro de São Benedito,
município de Santa Luzia – MG, um projeto intitulado Nosso Ambiente[2],
com estudantes de 5º ano/9. O objetivo principal desse projeto foi o de se
iniciar com a ajuda da comunidade um material que propiciasse o estudo do
bairro em seus aspectos históricos e geográficos, devido a escassez de material
existente tanto impresso quanto digital, por ocasião de estudos do bairro na
escola. Uma das atividades desenvolvidas no projeto foi a criação de maquetes
pelos estudantes. No dia da apresentação desse material, enquanto os estudantes
organizavam suas maquetes e se posicionavam para serem fotografados, foram
espontaneamente explicando o trabalho de maneira muito eficiente. A diretora da escola chegou para ver o material
e os estudantes continuaram a exposição. Mas quando a professora chegou e
falou: “Agora expliquem o que vocês fizeram”, houve um travamento no discurso
que antes fluía com muita naturalidade. Um momento de silêncio aconteceu, e por
fim uma fala artificial e insegura.
Em
2013, nessa mesma escola, no laboratório de informática, dois estudantes de 5º
ano/9 ao assistirem ao filme curta metragem O
céu de Iracema[3],
um filme de ficção de Iziane Figueiras Mascarenhas, de 2002, de 12 min.,
produzido no Ceará, foram naturalmente fazendo a leitura da mídia em voz alta,
utilizando de seus conhecimentos prévios e fazendo inferências, confirmando ou
refutando suas hipóteses, e tirando conclusões. A leitura fluiu. Em outro dia
ao serem convidados a fazerem a leitura de uma imagem simples, por um
professor, esses mesmos estudantes não foram capazes de ler.
Pergunta-se, portanto, o que acontece? E ficam aqui
somente as perguntas, porque ainda não se tem uma resposta sistematizada. A
única coisa que se pode afirmar é que é necessário observar mais os estudantes
para perceber como eles constroem o conhecimento, do que se permanecer numa
postura de constante avaliação do conhecimento, com o objetivo de se apontar
erros.
[1]
Pedagogo com habilitação em Administração Escolar de 1º e 2º grau e Magistério
das Matérias Pedagógicas de 2º grau. Professor Facilitador em Informática
Aplicada à Educação pelo Proinfo - MEC.
Especialista em Mídias na Educação.
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